sexta-feira, 14 de março de 2008

Regina Mello-Sementes e Poesia





Regina Mello é artista , poeta e produtora cultural.
Hoje, nos enviou, de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, 44 poemetos, "plantados hoje", no SEMENTES DE POESIA.
Cônsul de Poetas del Mundo, simplesmente, não sabe ficar sem inventar e criar.Até mesmo o dia-a-dia.
Preside o MUNAP, museu itinerante de Poesia.Criou o Galeria da Árvore, para intervenções e encontros entre criadores :artistas, poetas.

Hoje deixei o silêncio ficar
Ele deixou-me em branco
Então pude de novo criar
Regina Mello

A música brota do movimento
Como sementes
Em terras férteis
Regina Mello

Orações Rosas Esperanças
Ou apenas
Digestões Rasas Lembranças
Regina Mello

Você vai dizer que é chuva
Mas são lágrimas
Degelo de coração congelado
Regina Mello

As montanhas verdes
São mantos sagrados
Que cobrem a terra
Regina Mello

Todos os dias
Acorda uma flor no jardim
Que guardas em ti
Regina Mello

Sou poeta
Faço pingar letras do céu
Faço desenhos nas nuvens
Regina Mello

Derrama-me coração
Derrama-me todo o seu sangue
Aqueça-me a minha alma
Regina Mello

Traços opacos
Cortam
A seda acetinada da veste
Regina Mello

Amanhecer em cores
Transforma
Em felizes corações duros
Regina Mello

Transparente é a lua
Do amor
Que aquarela os sonhos
Regina Mello

Esmeraldas trazem
Lembranças
Dos dias de esperança
Regina Mello


Doce e levemente macio
Cobre o desejo
De pintar a vida
Regina Mello

Um silêncio mudo e longo
Atravessa o azul
Da tarde de uma infância
Regina Mello


Nem renda, nem teia
Apenas um velado
Espaço em branco
Regina Mello

A orquestra
Escreve no ar
A poesia guardada no mar
Regina Mello

Verdade
Em guerra com a mentira
Descobre a força da rainha
Regina Mello

O violino mudo
Que espera ser tocado
Para tocar
Regina Mello

O tempo
Traz a cura da alma
E a clareza da solidão
Regina Mello

Azulado é o dia
Da luz
Do desbotado coração
Regina Mello

Triste
É a certeza da tristeza
Que esconde a beleza
Regina Mello

Hoje choveu sangue
E inundou o mundo
Com a cor do a m o r
Regina Mello

O licor escorre derretido
Adoçando
Os corações dos enamorados
Regina Mello

Oh! Fio de luz
Que solto ao vento
Mergulha na vida e dribla ...
Regina Mello

Um vidro soprado
Uma fisgada na barriga
E os fios coloridos
Regina Mello

Cores flutuando entre si
Confundem
O desalento de viver
Regina Mello

O muro Dálmata
Parecia vestido de cachorro
Que não latia mais
Regina Mello

Ruídos cerebrais serpenteiam
O silêncio do mudo
Pensamento azul
Regina Mello

Uma sombra
Ou apenas um desenho de luz
Sombreando o lago
Regina Mello

A luz vela e revela
Cores e formas
No jardim da alma
Regina Mello

O fogo devora os montes
Que contornam a vista
Das minhas minas...
Regina Mello

Perguntas!? Que venham todas!
Mas, respostas! Para que respostas!
Se me bastam as perguntas?
Regina Mello

Não há sol
Que esquente ou ilumine
Se seus raios estão voltados para dentro
Regina Mello

Limites
De contornos poéticos
Deparam perfis de luz
Regina Mello

Medidas imprecisas
Marcam o tempo
Da letra na poesia
Regina Mello

O amor não tem forma
Não tem fórmula
É como a luz...
Regina Mello

Com olhar cortante
Atravessa o telhado
Contempla o céu do mundo distante
Regina Mello

Em silêncio
A música desperta a morte
E mansamente devora as vísceras
Regina Mello

Raios dourados
Estão gotejando o movimento
Da sombra no asfalto
Regina Mello

O amor chegou
E ela enfeitou-se de feliz
Como o Natal em Paris
Regina Mello

Um comentário:

Kiosco Salo Concepción disse...

Hola:

Un saludo cordial desde Concepción, Chile.

Atentamente,

Luis Roco C.
Kiosco Salo Concepción