sábado, 7 de fevereiro de 2009

Centenário d e D.Helder Câmara, começa hoje, 07/02/2009










D.Helder Câmara, primo não sei em que grau de minha avó Theófila Theonila Câmara de Araujo,riograndense do norte, uma santinha, foi o bispo dos pobres, lutou pelas causas sociais e sofreu reprimendas porque o bispo de Olinda-ele-não andava paramentado nem aparecia com pompas:andava para todo lado, cercado por jovens, pelo povo, mas amado por pessoas de todas classes sociais, vestido com sua velha batina, simples e ...Poeta.

Hoje, é sei aniversário:faria cem anos-e por certo estaria se pronunciando sobre a Faixa de Gaza.certa feita, mandei-lhe uns recortes onde publicara poemas seus e el respondeu.Na enchente que sofri na Ilha do Amor, em S.Luiz, Ma, perdi esse precioso envelope.
Mas em 1988, eu morava em belém e assinava "O Mensageiro de Santo Antonio, revista católica, que eu apreciava por causa do enganjamento social dos franciscanos, dos artigos de psicologia -e porque escrevia nela(*), a convite de um certo e encantador Frei Luiz.
D.Helder estava contemplando 79 anos.Fotos em p&b muito interessantes, o pastor falando ás ovelhas, com a legenda "FRanzino de estatura e chegando aos 79 anos de idade,D.Helder mostra a sua força interior quando fala às pessoas".O braço direito de D.Helder parece flitiar :estaria pregando ou dizendo poemas?
Descobri que sua mãe também era pessoa e alegrei-me:seria um duplo parentesco?

A revista cite o entrevista, ao "Bispo Comunista", vejam esse momento de desabafafo:

MSA;-"Quais os desafios que a Igreja ou mesmo um simpoles cristão tem de enfrentar hoje, no Brasil?"

D.Helder-"Estamos nesta situação:se um trabalhador rura,ou alguém da pastoral da terra (leigo engajado, padre,religiosa, bispo)trabalha para os pobres, leevando alimento,fornecendo remédios,ajudando a refazer o barraco é considerado um santo.Mas se esta mesma pessoa tiver a audácia de falar em justiça social,em direitos humanos ou em reforma agrária que no momento é o maior desafio,imediatamente é acusada de subversiva,de comunista.Eu fui chamado de bispo por muitos anos!Agora este apedlido está desmoralizado porque não adianta mais chamar de comunista quem proiocura promover a dignidade dos filhos de Deus.Quando fui ,recentemente, aos Estados unidos, recebium livro com o t´pitulo:
"Está o brasil descambando rapidamente para o Comunismo por causa da reforma agrária?"
Respondi que todo mundo viu pela televisão ompapa João paulo II afirmar que "a reforma agrária no Brasil deve ser feita".Desta vez ela ainda é possível sem ódio e sem violência.Nas minhas andanças pelo Brasil nunca ouvi frases como0 estas:"já fui muito pisado, agora o que eu quero é pisar":o povo simples,da base,está cansado de injustiças, não quier mais ser pisado.Basta de "pisadura"!Mas daqui para a frente,se a situação não melhorar quem pode garantir que a paciência não se esgota?"

Então, vejam o quanto esse homem que tinha a diçura inconteste dos justos ("Há pessoas como a cana de açúcar/postas na moenda só sabem destilar doçuras"-parece0me seu próprio auto-retrato num se seus famosos poemetos), filtrava-0se pelo crivo do outro, do necessitado...Quando fala em que se pode perder um dia a paciência, não traz discursos melíflios de falsidade a respeito do perdão inconsequente e inconsciente, da acomodação...pelo contrário, sempre chamou à razão-os pobre, os donos do poder.



Aos 14 anos, vai para os Seminário, em 36 vai para o Rio, onde é eleito bispo em 03/03/62.Em 64-o ano do golpe militar- é eleito Bispo de Olinda e Recife e toma posse em 12 de abril de 64.Trabalha 12 anos sem parar em sua Diocese e em 10 de abril, torna-se umBispo "renuncitário".Pode-se aquilatar o que isso quis dizer.
Mas quando tinha 75 anos( em 1984) continuava muito ativo e ouviu de um papap que o compreendeu muito bem, João Paulo II, um decreto, conforme conta à revista acima cita;"(...) quandoeu já tinha passado dos 75 anos de idade(a idade oficial para a aposentadoria dos bispos é precisamente esta),me convedeu um, dois anos ainda de trabalho, como arcebispo de Recife e Olinda;depois me disse:"olhe, a aposentadoria é para a Diocese.EnquantomDeus lhe der vida e saúde, continue circulando dentro do Brasil,circulando ao redor do mundo".Tenho feirto as duas coisas ,dando palestras e dando retiros"(...)

À época da Anistia, em 1978, escreveu os poemas ilustrados por vários desenhistas, entre os quais Fortuna, Caulos,Ziraldo-os corajosos enfrentadores da situação em nosso País. A Fundação Perseu Abramo, publicou os que hoje aqui posto.

Sempre achei que o poeta deve ser um missionário da PAZ.D.Helder foi literalmente um deles.e beijos seus pés andarilhos, em respeito a quem tanto amou o povo simples brasileiro.Ondependente de credos, não quem deixe de nele reconehcer aquele que "combateu o bom combate".E foi chamado de "comiunista" á época em que se prendia a respiração ao passar perto de um, os comunistas cercados de lendas, mitos e preconceitos.Mas ele perseverou-e até morrer, usou a palvra e a poesia para defender os pobres e seus direitos.

Eis os poemas dois cartões,pela PAZ e pela ANISTIA:


Água por todos os lados...
Nem sombra de margem.../ Nem sombra de sombra de terra.../ Nem sombra de sombra de homens.../ A quem entregarei/ o ramo de oliveira/ que o Pai me encarrega / de entregar/ a quem o segure,/ e plante,/ e dêle cuide/ como a árvore de paz!?...
Ilustração de Ciça

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Já me sinto angulosa...
Mais pareço de papel / - quem sabe, de plástico! - / depois de tanto voar, / buscando em vão /
um lugar de pouso... / O cansaço me obriga / a esticar as pernas / que mais parecem armas... /
Verde, / cheio de vida, / só mesmo / o ramo de paz / que tenho que levar aos Homens, / de
qualquer maneira...
Ilustração de Caulos


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Longe de mim, Senhor
Julgar-me / melhor que ninguém... / Mas não te parece / que se alguém / não se deve crispar, / enrigecer-se, /
cobrir-se de arame ou de espinho / é quem recebeu de Ti / missão / de brancura e de paz!?...


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Amigos, perdõem
se pareço prosa, / convencida, / orgulhosa... / Move-me a alegria / de entrever / - em pleno dilúvio, /
que continua / e se agrava - / indícios de terra firme, / onde plantar / meu ramo de oliveira!
Ilustração de Fortuna


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Arrancaram-me
o ramo de oliveira, / razão de meu vôo... / Quiseram impingir-me / outro ramo / de pseudo-paz. /
Já descobri, / em meio ao dilúvio / de ódio e de guerra / em maré crescente, / minorias que cultivam /
oliveiras de verdade, / símbolos fiéis / da paz verdadeira...
Ilustração de Henfil


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Pensando bem
que importa / que a sombra / que atinge a todos / me atinga, também!?... / Nem me sentiria à vontade /
diferente de todos... / Essencial / é que seja de luz / o ramo / cuja entrega / é a razão da minha vida /
e de meu vôo!...
Ilustração de Alfredo


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Para cumprir
a missão sagrada / de levar a paz, / vôo de qualquer maneira, / em qualquer direção, / com vento ou sem vento, /
com força ou sem força, / até cair, / até morrer...
Ilustração de Zélio


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Parti banhada de luz
Há tanta sombra, / tanta escuridão, / tanta falta de esperança, / tanta falta de alegria, / que eu sinto, Senhor, /
o perigo vivo / de ser contagiada... / Tú és minha Luz! / Vais permitir / que o próprio ramo de paz, / de vida, /
se transforme / em ramo de morte!?
Ilustração de Chico
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Os artistas, Senhor
- sabes melhor que ninguém - / não só participam / de Teu Poder Criador, / mas têm antenas sensibilíssimas /
para captar / todos os grandes sofrimentos humanos, / e as mais tênues esperanças / e os mais remotos perigos... /
Repara / como sentem e pressentem / que tipo de paz / anda rondando a Terra / e sendo ofertada / aos filhos dos
Homens!...
Ilustração de Conceição Canu


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Que importa, que ao chegar
eu nem pareça pássaro! / Que importa se ao chegar / venha me rebentando / caindo aos pedaços, / sem aprumo /
e sem beleza!... / Fundamental / é cumprir a missão / e cumpri-la / até o fim!...
Ilustração de Gandré


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O ramo com que parti
já se transformou em árvore, / que nem eu sei / como tenho tido força / para carregar... / Também, /
quando puder confiá-la / ao chão dos Homens / já não terá / que crescer... / É só florir e frutificar!...
Ilustração de Ziraldo
Fonte: Fundação Perseu Abramo


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Criada em Minas, para onde vim, da Ilha de fernando de Noronha, aos seis anos de idade, jamais tive o prazer de conversar pessoalmente com esse parente, mas sempre o amei, respeitei e admirei.
Ao chegar a S.Luiz, tendo conversado sobre esses sentimentos com Joel jacinto, um jovem colega do INAMPS, com quem trabalhava na suoperintend~encia regiuonal, hoje jornalista, ele levou para eu ler um dos livros de poemas de D.helder.Eu não conseguia encontrar um exemplar para comprar, ent~çao,ele acabou vindo comigo na mudança, sem querer.Ao retornar a belo Horizonte, depois de norar em Belém , comprei outro e devolvia preciosidade , pelo Correio ao Joel.

O que eu quero dizer é que não imporrta religião ou idade, ler D.helder é ter lições de Humanismo.

Emprestei meu próprio volume e jamais o tive de volta.felizmente, então em época de Internet, mas do tipo que adoro folhear e ler no papel.Menina antiga...

penso que a exemplo dos cartões à época das litas pela anistia, edicadores deveriam promover concurso sde desenho, para ilustrar poemas de D.helder, aproveitar e despertar a necessidade absoliu=uta de pAz em nosso planeta e ensinar a verdade simples>O OUTRO É NOSSO IRMÃO...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Belo Horizonte, 07/02/2009-ínício do Centenário de D.Helder Câmara.

Caldo de cana e Caju

para o nordestino D.Helder Câmara

Garapa e caldo-de-cana, asas brancas e voz branca,
nehum desperdício do verbo em sua POIESIS plena.
Nordestino pequenino, cajueiro gigante,
de teu tronco,as lágrimas escorridas
serviram de lacre à energia, à alegria de viver.
De teus sermões e discursos, a carne sumarenta do fruto
com cores de pássaro fecundo.
Da semente, encolhida qual um feto,
o gosto saboroso, depois de passar pela prova do fogo,
o segredo da multiplicação
da Bondade absoluta
e da PAz entre os homens...

Clevane Pessoa de araújo Lopes

Embaixadora Universal da Paz
(Pelo Cercle de les Ambassadeurs Univ. de La Paix-Genebra, Suiça
Orange, França).


(*) Um dia, recebi um convite de Frei Luiz ,para escrever em o Mensageiro de Santo Antonio, onde ele era redatos,d epois que enviei-lhe algo escrito por mim.mesmo cartas de leitores, onde a psicoilogia fazia-se necessária, ele as encaminhava para que eu desse uma palavrinha.Escrevi , entre outrois, um artigo sobre "Mães- Meninas", que depois foi tema livre, em 1986, no Congesso de Adolescência do Rio de Janeiro, da Sociedade de Pedatria e está nos anais do congresso.
Um dia, mandei outro artigo, erecebi um recado malcriado de um novo redator chefe, outro frei, dizendo que não tinha obrigação de publicar o que ali caía de parqquedas.E cobrou-me o valor da assinatura.Eu o fôra, mas o bondoso frei Luiz mandara-me , ao receber um cheque anual, dizer que o rasgara, pois euera colaboradora efetiva da revista, ele não aceitaria que eu pagasse para receber meus exemplares mensais.
Mandei outro cheque e expliquei ao novo contato, que já escrevia há naos, na revista.Ele jamais respoindeu, eu não soube se Frei Luiz morrera, fora transferido ou afastado.Até entro os freis, deduzo, que devem seguir as sandálias de São Francisco e de Santo Antonio, há os que não são tão mansos quanto é preciso ser...

Clevane

Disse o bom pastor :

Cheios de esperança,
dexemos que a parta a pomba da paz,
com o anúncio ,de aparência absurda,
do surgimento
de um Mundo
mais respeitável,maius justo e mais humano!
+ D.Helder Câmara

(Ele apunha a cruz a preceder seu nome.
D.Helder nasceu em Fortaleza, ceará, filho da professora primária Adelaide Pessoa Câmara e João Cãmara filho, guarda-livros.A genitora deu à luz 13 filhos .Dosmoito sobreviventes, cinco ainda se foram em uma epidemia).Vocação vem do latim vocare, chamar:o chamamento de d.Helder Câmara é uma prova que fpooi tocado pelas coisas do Alto.

"Para mim, uma das felicidades, é que Deus não exige êxito.Ele exige SINCERIDADE", revela o irmão dos pobres, naquele ano de 1988..

E num dos box da reportagem , afirma o redator :"A prefer~encia dele sempre foi pelos mais esquecidos, "os pobres";sua atenção sempre voltada para o assunto mais importante na caminhada da humanidade:"A PAZ"(...)


Pax et LUX!Poetas, façam a sua parte!

Clevane

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